segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cavalo de Guerra (2011)

Como indicado a seis Oscar®, dois Globos de Ouro, já ganhador de alguns prêmios de crítica, e dirigido por um dos meus Diretores preferidos, Steven Spielberg, fui assistir a Cavalo de Guerra com uma expectativa altíssima.
Este foi o primeiro filme dirigido por Spielberg editado digitalmente, o que ajuda ainda mais a se impressionar pela excelente fotografia, que, embalada por canções chorosas, procura extrair lágrimas do expectador a todo o momento.
O filme começa morno, em um cenário melancólico: uma fazenda alugada no interior da Inglaterra, onde um veterano de guerra, Ted Narracott, vive com sua família afogado em dívidas e bebida.
Ted adquire um cavalo, a princípio fraquinho e inadequado para o arado, utilizando de todas suas economias, para irritar seu senhorio. Mas, como é de se esperar, o cavalo Joey, nomeado e treinado por seu filho Albert se supera, mas não a tempo de saldar as dívidas. Para recuperar o dinheiro, o veterano vende o cavalo ao exército, que está se preparando para a primeira guerra mundial.
O cavalo Joey passa por muita gente: pela cavalaria inglesa, para carga de artilharia alemã, por um avô e sua neta moradores de um engenho, e abusa de clichês sentimentais, transformando a vida de todos por quem passa.
Mas são nas cenas de guerra que vemos o mestre do jeito que conhecemos, gostamos e fazendo cinema de um jeito que ninguém mais faz. Cenas de trincheiras e de carga de Cavalaria preenchem a telona de forma magistral e caprichosa, para as quais, inclusive, foi desenvolvida uma “lama especial” para parecer autenticamente “sujo”.
Apesar do nome, Cavalo de Guerra não se trata de um filme de guerra, como A Lista de Schindler e O Resgate do Soldado Ryan, mas sim de um drama que ultrapassa um pouco o limite do apelo sentimental.
Assista ao trailer:
 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

2 Coelhos (2012)

Antes de falar propriamente sobre o filme, gostaria de fazer um protesto: por que lançar um filme deste naipe bem no meio da temporada pré-Oscar®? Enquanto as distribuidoras Hollywoodianas investem em milhões em divulgação e salas, "2 coelhos" fica com uma fatia irrisória de exibição. Injusto demais, pois é um baita filme. O estreante diretor (de cinema, já que tem uma bagagem na publicidade) e roteirista Afonso Poyart pegou tudo o que é geek que gostamos: quadrinhos, espadas samurais, explosões, tiros, video game, narrativa não cronológica - e fez cinema pipoca de primeira!
É bem difícil fazer uma sinopse porque tenho receio de delatar algum spoiler, e "2 coelhos" merece ser visto de forma inédita. A cada capítulo (A La Tarantino) é revelada um peça deste quebra-cabeça, que, como diz Edgar (Fernando Alves Pinto), protagonista desta história, só é entendido quando completo, revelado. Edgar tem um plano justiceiro de vingança que envolve uma promotora (Alessandra Negrini), um advogado (Neco Villas Boas), bandidões, um deputado, um policial corrupto, uma esposa insatisfeita e um professor universitário (Caco Ciocler). Personagens, digamos, comuns bem apresentadas e não caricatas, até porque não se trata de comédia, e sim, de ação. E acredite, todas tem conexão e lógica (com alguma licença poética, é verdade), basta não piscar os olhos, pois o longa é muito dinâmico.
O filme ainda conta com uma trilha sonora bem apropriada, acompanhando adequadamente cada sensação do expectador. Destaque para os momentos de "reflexão", quando tive a impressão de fazer "deboche" do clichê.
Efeitos visuais bem feitos inspirados em Frank Miller (Sin City), Robert Rodriguez (Era uma vez no México) e Zack Snyder (300), e tomadas que lembram Danny Boyle (127 horas) completam esta fita surpreendente.
Já tínhamos visto em "Tropa de Elite", e "2 coelhos" ratifica que o cinema nacional é capaz de produzir muito além de episódios humorísticos estendidos e de filmes que parecem novelas.Yes, we can!

Assista ao trailer: