quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CONAN, O BÁRBARO (2011)

Não assisti ao mitológico Conan de 1982, estrelado pelo monossilábico Arnold Schwarzenegger, e sequer sua continuação de 1984. Mas tenho certeza que a personagem não se tornou cultuada pelo o que o CONAN de 2011 apresentou, o qual tive o desprazer de assistir em 3D.
Para começar, desnecessária sua conversão em 3D - só para aumentar a renda de bilheteria. Inclusive, achei que a fotografia ficou um pouco confusa, principalmente nas cenas de lutas. Difícil identificar quem era ou não o lendário povo cimério.
A trilha sonora é fraquíssima e óbvia, deixando a aventura morna e dramática.
Tenho a impressão que alguém se perdeu no meio do caminho: o diretor Marcus Nispel não sabia se fazia um filme a La Tarantino (sem sucesso), com decapitações e sangue jorrando para todos os lados; ou se fazia um fortão sem camisa (o único do filme, inexplicavelmente), típica personagem de novela das sete, cheio de conteúdo, com direito a sentimentos de amor e vingança. 
Aliás, o fortão sem camisa, Jason Momoa, da série Game of Trones, é um ponto alto do filme. Não por estar sem camisa, embora o público feminino não se importe (hehehe!), mas sim por dar uma certa graça à personagem título. O Bárbaro é aquilo lá mesmo: poucas palavras e cara de brabo. Outra personagem que na minha opinião funcionou muito bem foi a feiticeira macabra Marique, filha do vilão da fita, interpretada por Rose McGowan. Já o vilão Khalar Zym, vivido por Stephen Lang, só sabe fazer uma cara de mau desde AVATAR... 
Li que este filme é muito mais fiel aos contos e quadrinhos que os da década de 80. Porém, para quem não conhece este material como eu, a história ficou meio sem pé nem cabeça: batalhas acontecem repentinamente, tem uma cena de amor inesperada, as personagens chegam sem explicação a lugares ainda mais inexplicáveis. Não sei dizer, então, se é demérito do conto em si ou dos roteiristas, que se esforçaram a dar um "ar fantástico" a fita.

Assita ao trailler:



terça-feira, 20 de setembro de 2011

TROPA DE ELITE 2 (2010)

Tropa de Elite 2 é a continuação do homônimo de 2007, vencedor do Urso de Ouro de Berlim. Se no primeiro a ênfase era na procura e na formação do substituto do herói Capitão Nascimento, oficial do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que disseminou vários jargões como "pede pra sair"e "põe na conta do Papa", este segundo fala de um problema bastante em voga na mídia brasileira após a morte da Juíza Patrícia Acioli: as milícias. Nascimento agora é Tenente Coronel da Reserva e atua na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, onde descobre um terrível esquema, composto incluse por colegas de farda.
Para a cerimônia em fevereiro da entrega do Prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o Oscar 2012, esta trama percorreu metade do caminho nesta terça-feira. Tropa de Elite 2 foi o filme escolhido pela Comissão Especial de Seleção, formada pela secretária do audiovisual do Ministério da Cultura, dentre outras autoridades, para passar (ainda) pela seleção do colegiado da Academia.
Entre outros filmes que disputavam a vaga estavam: Bruna Surfistinha, VIPS, Assalto ao Banco Central. Foi unânime a decisão da Comissão. Tirando VIPS, por causa e exclusivamente do seu protagonista, que, diga-se de passagem, é o mesmo ator protagonista de Tropa de Elite 2, não tinham a menor chance. Eu teria "pedido para sair".
Por falar em protagonista, o Tenente Coronel Nascimento, vivido pelo melhor ator da atualidade do Brasil, Wagner Moura (O Homem do Futuro), é só o primeiro ponto positivo do longa-metragem. Quem conhece o cotidiano de um quartel identifica facilmente seus trejeitos e seu linguajar. Impecável. E quem não conhece consegue perfeitamente imaginar alguém como Nascimento. Não só Nascimento, como tantas outras figuras presentes na fita: o político defendedor dos direitos humanos, o repórter sensacionalista, políticos comprando votos... Todos compostos de forma magistral.
A montagem não cronológica é muito legal; provoca a plateia ao mudar suas expectativas. A trilha sonora dita o ritmo do longa.
De brinde, observe a hora em que Nascimento chega a uma churrascaria, quem faz uma ponta : Rodrigo Pimentel, ex-policial militar, coautor do livro Elite da Tropa que deu origem ao filme, e hoje, comentarista da Rede Globo.
Se Tropa de Elite 2 conseguir ser indicado a melhor filme estrangeiro coroará este momento que nós brasileiros vivemos, de intolerância a corrupção.

Agora o bicho vai pegar!!!





domingo, 18 de setembro de 2011

WALL STREET - O DINHEIRO NUNCA DORME (2010)

Aproveitando o momento crise que vive o mundo, Oliver Stone julgou (bem) que seria adequado aventurar-se em sua primeira continuação: convocou Michael Douglas, novamente com um ar canastrão ímpar, para reviver o papel que lhe rendeu o Oscar®, Gordon Gekko, e chamou aquele que foi apontado como sucessor de Indiana Jones, Shia LaBeouf, para comporem Wall Street - o dinheiro nunca dorme.
Shia Labeouf vive Jake Moore, um jovem  e competente corretor que perde seu mentor após este ter se suicidado por conta de um golpe sofrido por sua empresa. Impressionado por "não poder esperar", ele pede a mão em casamento de sua namorada, Winnie Gekko (Carey Mulligan), filha de Gordon Gekko, recém saído da prisão por crimes de fraude, extorsão e lavagem de dinheiro.
Em um encontro clandestino com o futuro sogro, ele vê a oportunidade de lucrar e vingar a morte de seu mentor, a troco de proporcionar a reconciliação entre pai e filha. Porque "ganância é boa", começa um jogo de interesses entre os dois.
O filme segue com uma série de reviravoltas e de especulações, que, como o próprio personagem de Michael Douglas diz, é o mal do século. Porém menos capitalista selvagem e um pouco mais politizado que o filme de 1987, ainda abre espaço para energias sustentáveis, investimento em que Jake Moore aposta.
Não se preocupe com o linguajar técnico de bolha da internet e hipotecas; apesar de comporem o enredo, não são essenciais para a apreciação das conexões das personagens, parte mais meritória desta fita.
O dinheiro nunca dorme ainda traz uma ponta de Bud Fox (Charlie Sheen), o corretor jovem e impaciente do primeiro Wall Street - Poder e Cobiça.
Bom filme. Assista ao trailler:



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

LARRY CROWNE - O AMOR ESTÁ DE VOLTA (2011)

Semaninha punk e uma sexta-feira pior ainda está por vir... Tudo o que eu queria era dormir e acordar no sábado. Mas como não foi possível, fui recarregar minhas baterias numa sala de cinema. Dispensável. Deveria ter ficado em casa e ter assistido a House. Larry Crowne é muito dramático para uma comédia ou muito bobo para um drama, não consegui distinguir.
O filme traz no enredo uma lição de moral: se deixarmos de sermos acomodados e dermos uma chance a novas oportunidades, poderemos ser felizes, mesmo com poucas coisas. Para este desenrolar, o diretor Tom Hanks escala o casal mais romântico da América, Tom Hanks (o próprio) e a pretty woman Julia Roberts.  Cuidado, spoilers a partir daqui! Ele vive Larry, um funcionário exemplar de uma rede de supermercados que é demitido por falta  de estudo, e ela interpreta Mercedes, uma professora desmotivada de oratória, fadada em um casamento em que o marido é viciado em pornografia. Larry se matricula, dentre outras matérias, na de Mercedes, e adivinhem? Depois de alguns cotidianos americanos  que não causam a menor empatia, como crises, hipotecas e garage sales, vivem felizes para sempre!
E o que é este reles subitítulo em português? O amor está de volta! Se eu tivesse entedido a referência ao velho dogma do cinema: "Você pode estar ferrado, mas, all you need is love para ser feliz", talvez apreciasse mais o filme.
Bem, pessoal, a Juliana viu no cinema, mas deveria ter aguardado o DVD.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A ORIGEM (2010)

Este filme é a grande estreia da semana nos canais de TV por assinatura, mais precisamente na rede HBO. Trata de uma trama inédita (acredito eu): Leo DiCaprio vive o agente Cobb, que lidera uma turma que domina a arte de entrar nos sonhos das pessoas e roubar ideias e segredos empresariais. Só que desta vez, eles serão contratados para implantar uma ideia, daí o nome do filme em inglês, The inception, ou o início, a criação, o começo. 
A Origem é dirigido pelo ótimo Christopher Nolan do igualmente louco Amnésia (2000), do instigante O Grande truque (2006) e dos novos macabros Batman Begins (2005), Dark Night (2008) e Dark Knight Rises, este último com estreia prevista para 2012. Como é possível observar pela filmografia do diretor, o cara é fera em conduzir montagens e flashbacks, de forma que se o espectador piscar, perde o fio da meada.
O filme é rápido, apesar das duas horas e vinte e oito minutos, e visualmente impressionante. Não é a toa que levou metade das oito estatuetas que concorreu no Oscar® de 2011, competindo inclusive na categoria Melhor Filme e conquistando os prêmios de melhor fotografia e melhores efeitos visuais.
Além disso, a fita é cheia de sacadas: uma das canções que compõe a trilha sonora é da cantora Piaf, que já foi interpretada nas telonas por Marion Cotillard, que também faz parte do elenco; o nome de Ariadne, uma jovem contratada para compor a equipe como "arquiteta dos sonhos", é uma referência a figura mitológica grega que salava seu amor, o herói Teseu, de um labirinto indecifrável quando este foi mandado como sacrifício ao Minotauro. O nome também é uma referência para a criação de Hugo von Hofmannsthal do mito para a ópera de Richard Strauss Ariadne auf Naxos. A ópera é um teatro no teatro, assim como o filme é um sonho dentro de um sonho.
Infelizmente não há cenas extras durante ou após os créditos que esclareçam o final do filme, só nos restando torcer por uma continuação.
Asssita ao trailler:

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O HOMEM DO FUTURO (2011)

Feriado com muuuuita chuva em Florianópolis, shoppings lotaaaados... Mas tudo isso combina com cineminha e pipoca. Então fomos nós assistir ao nacional "pero no mucho" O Homem do Futuro, com Alinne Moraes e o fantástico mutante Wagner Moura. Digo "pero no mucho" porque a história, na verdade, é um mix de alguns temas já tratados em Hollywood. Assim como na aventura ficção científica A Máquina do tempo (2002), Zero (Wagner Moura, Tropa de Elite 2) é um cientista que, motivado por uma mulher, está em busca de um experimento extraordinário e acaba voltando no tempo. Ref(v)erenciando o clássico De volta para o futuro (1985), quando tem a oportunidade de encontrar a si próprio e mudar sua vida, ele descobre que isto não é tão simples assim. O cientista entende que algumas coisas não devem ser mudadas, como em tantos outros filmes: Efeito borboleta (2004), De repente 30 (2004) etc. E acredite, estes clichês nas mão de Cláudio Torres renderam uma delícia de comédia - ficção científica.
A fita tem várias sacadas legais, como os trajes, os hábitos e os celulares de 1991, ano para o qual Zero volta. E outras tantas piadinhas sobre os acontecimentos dos últimos 20 anos como o Impeachment do Presidente Collor, o atentado de 11 de setembro e a morte de Michael Jackson.
No elenco, destaco mais uma atuação excepcional de Wagner Moura, que interpreta muito bem, sem caricaturar, cada fase de Zero.
A parte técnica, excetuando-se um errinho de edição e de continuidade, é muito bem feita. Os efeitos visuais, que impressionam, incluem um prédio criado em computação gráfica. A trilha sonora é muito legal, não há quem não saia cantarolando Tempo Perdido. Parabéns ao diretor e  a toda equipe que conduziram cinema, não um capítulo extenso de novela, como outros filmes nacionais.
Resumindo, O Homem do futuro é uma releitura do passado: inteligente montagem de vários clichês, com uma pitada de comédia romântica, nada pastelão.
Assista ao trailler:



sábado, 3 de setembro de 2011

UP ALTAS AVENTURAS (2009)

Carl Fredricksen no Paraíso das Cachoeiras


Euzinha, a caminho do Monte Roraima
A primeira impressão que tive assistindo UP foi um pouco decepcionante.Tinha assistido ao trailler, super engraçado, enfatizava as trapalhadas do menino de bochechas fofas Russel tentando ajudar o velhinho rabugento Carl Fredricksen, para conseguir um distintivo de escoteiro. Portanto, fui a sala de cinema na expectativa de uma comédia. E logo no início do filme, minha expectativa foi por água abaixo: em pouco menos de cinco minutos, e sem qualquer diálogo, senti a felicidade, a dor, o amor, as desilusões e a realidade da vida de Carl - foi de partir o coração! Mas foi justamente este resumo da vida do rabugento Carl que mudou minha ideia. A dose de emoção acrescida a aventura fizeram de UP um filminho sedutor tanto para adultos quanto para crianças. 
Além disso, o filme é visulamente impressionante, bem colorido e bem fidedigno ao paraíso das cachoeiras verdadeiro, o Monte Roraima (que tive a oportunidade de conhecer). Isso mesmo: o Monte Roraima, localizado na tríplice fronteira Brasil - Venezuela - Guiana é a inspiração para a "locação". Não é a toa. O filme referencia o épico centenário de Arthur Conan Doyle, O mundo perdido.
Naquela altura do campeonato, já tinha esquecido o que esperava do filme, e esta é a melhor forma de apreciá-lo: sem expectativas, sem comparações com outros desenhos da Disney/Pixar.
Os extras do DVD trazem finais alternativos e a aventura de verdade dos animadores na escalada ao Monte Roraima.
UP foi a segunda animação da história a concorrer a principal categoria do Oscar®, melhor filme de 2010.
Assista ao trailler: